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Política

Após cinco dias, PF consegue prender pastor bolsonarista alvo de prisão em ação de Moraes

Informação foi confirmada pelo superintendente da PF. De acordo com o superintendente da PF no estado, Eugênio Ricas, o pastor Fabiano Oliveira não reagiu à prisão.

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Pastor Fabiano Oliveira, de frente ao 38ª Batalhão do Exército no ES, participando de live com blogueiros bolsonaristas — Foto: Reprodução/Instagram

Pastor Fabiano Oliveira, de frente ao 38ª Batalhão do Exército no ES, participando de live com blogueiros bolsonaristas — Foto: Reprodução/Instagram

 

O pastor Fabiano Oliveira, que estava foragido há cinco dias, foi preso durante um ato golpista nesta segunda-feira (19).

A informação foi confirmada pela superintendência da PF. Oliveira estava em um ato de bolsonaristas em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército em Vila Velha, na Grande Vitória (ES).

De acordo com o superintendente da PF no estado, Eugênio Ricas, o pastor não reagiu à prisão.

“Foi preso pela PF, sem resistência, encaminhado ao DML [Departamento Médico Legal] e entregue ao sistema prisional”, detalhou Eugênio Ricas.

Oliveira estava foragido desde a última quinta-feira (19). Ele é um dos alvos da operação contra bolsonaristas radicais que promovem atos antidemocráticos desde o fim do segundo turno.

O pastor não foi preso antes porque, segundo o superintendente da PF, um grupo de pessoas se aglomerou em frente ao batalhão, e que uma ação da PF naquele momento poderia ser revidada, colocando em risco a integridade de terceiros.

Foragido, Oliveira participou de uma live com bolsonaristas em frente ao batalhão.

A Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) infomou, por volta de 9h40, que Fabiano Oliveira deu entrada no Centro de Detenção Provisória de Viana, na Grande Vitória.

Determinação

Além do pastor, Moraes determinou a prisão de mais três pessoas no Espírito Santo. Duas delas – o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos) e o jornalista Jackson Rangel, dono do site Folha do ES – foram presas na quinta-feira (15).

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o pastor Fabiano Oliveira em frente ao 38º Batalhão de Infantaria de Vila Velha.

Na gravação ele diz que na noite anterior, sexta-feira (16), a PF tentou cumprir o mandado de prisão contra ele, mas que os manifestantes que estavam na frente do batalhão impediram o cumprimento da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

O que dizem os citados

 

Pastor Fabiano Oliveira

 

Pastor Fabiano Oliveira, teve mandado de prisão determinada no inquérito dos atos antidemocráticos — Foto: Reprodução/Twitter

Pastor Fabiano Oliveira, teve mandado de prisão determinada no inquérito dos atos antidemocráticos — Foto: Reprodução/Twitter

Na quinta-feira (15), o pastor Fabiano Oliveira se manifestou em vídeo em frente ao 38° Batalhão de Infantaria depois de saber que tinha mandado de prisão em aberto contra ele.

“Estou ciente de que não cometi nenhum crime e continuo com a mesma certeza de quem não vamos dar um só passo atrás até que o comunismo caia”, afirmou no vídeo.

Desde então o g1 tenta contato com o pastor, mas ele não atende as ligações.

Max Pitangui

Max Pitangui (PTB), investigado preso por determinação do STF no inquérito dos atos antidemocráticos — Foto: Max Pitangui/Divulgação

Max Pitangui (PTB), investigado preso por determinação do STF no inquérito dos atos antidemocráticos — Foto: Max Pitangui/Divulgação

O radialista e publicitário Max Pitangui (PTB), que nas eleições deste ano disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Espírito Santo mas não foi eleito, disse ao g1, na quinta-feira, que agentes federais estiveram na casa da mãe dele no bairro Laranjeiras Velha e na casa dele em Lagoa de Carapebus, na Serra, na Grande Vitória, mas não o encontraram por que saiu cedo para caminhar.

Max Pitangui disse que considera ação equivocada.

“Essa ação é um erro. Nunca participei de atos antidemocráticos, sou contra fecharem a rua, para mim isso é uma bandidagem. Nunca fiz post influenciando ninguém”, disse Max.

Desde então o g1 tenta contato com o Max Pitangui, mas ele não atende as ligações.

Armandinho Fontoura (Podemos)

Vereador Armandinho Fontoura (Podemos) — Foto: Câmara de Vitória/Divulgação

Vereador Armandinho Fontoura (Podemos) — Foto: Câmara de Vitória/Divulgação

Uma nota assinada pelo gabinete do vereador Armandinho Fontoura diz que “causa espanto o envolvimento do vereador na operação relacionada à investigação sobre atos antidemocráticos contra o resultado das eleições. O vereador não frequentou nenhuma manifestação antidemocrática, não incentivou a realização delas, tampouco as patrocinou. A própria imprensa nunca registrou nenhum tipo de ato semelhante”.

A nota diz ainda que o “vereador não compreende porque suas opiniões, de cunho conservador e liberal, sejam motivo para uma operação que fere a liberdade de expressão – sobretudo enquanto representante da população no parlamento municipal” e que ele está à disposição da Justiça para esclarecer todos os fatos. “Sua defesa técnica vai tomar todas as medidas jurídicas cabíveis”, finaliza.

Em nota enviada ao g1, o Podemos, partido do vereador, informou que “no último mês, o vereador Armandinho Fontoura fez ao partido um pedido de desligamento” e que “o Podemos já autorizou a saída dele e o processo está em andamento”.

Carlos Von (DC)

Carlos Von, deputado estadual do ES alvo de busca pela PF no inquérito dos atos golpistas — Foto: Tati Beling/Assembleia Legislativa do ES

Carlos Von, deputado estadual do ES alvo de busca pela PF no inquérito dos atos golpistas — Foto: Tati Beling/Assembleia Legislativa do ES

O deputado Carlos Von (DC) disse ao g1 que ficou surpreso com o mandado de busca. Os policiais federais chegaram ao gabinete na Assembleia Legislativa, em Vitória, por volta de 7h de quinta.

Ele disse que foi surpreendido com a ligação da segurança da casa avisando da presença dos policiais na porta de seu gabinete. O deputado disse não entender por que foi alvo e nega ter participado de atos antidemocráticos.

Carlos Von é morador de Guarapari, cidade da Grande Vitória, e disse que só estaria no local mais tarde, que o gabinete funciona a partir das 8h e, por isso, ainda estava fechado.

“Pedi um assessor que fosse ao local abrir a porta. Só sei que levaram o meu computador. Eu nunca participei de nenhum ato, nunca fui a nenhuma manifestação justamente para não criar esse tipo de narrativa. Nunca me posicionei nas minhas redes sociais e nem mesmo na tribuna da Assembleia. Inclusive, nunca contestei nenhum resultado das eleições. Por isso, não entendo por que meu nome está envolvido nisso. Vão ter que provar o que estão dizendo. Essa historinha não vai prosperar”, declarou.

Capitão Assumção (PL)

Capitão Assumção está usando tornozeleira eletrônica  — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

Capitão Assumção está usando tornozeleira eletrônica — Foto: Reprodução/ TV Gazeta

Por volta de 9h30 da manhã, o deputado estadual Capitão Assumção (PL) usou uma rede social confirmando ser alvo da operação da Polícia Federal.

“Urgente. PF na minha casa e no meu gabinete a mando de Alexandre de Moraes. Pratiquei o terrível crime de livre manifestação do pensamento. #OLadraoNaoVaiSubirARampa”, disse na postagem.

Em nota, a assessoria do deputado Capitão Assumção informou que recebeu com espanto a ação:

“Quanto ao mérito da ordem judicial, o único fato imputado ao Deputado na decisão se referiu a: a) “demonização de ministros desta Corte como “demônios” e, mormente em relação a Vossa Excelência, de “capeta” e b) “tendo inclusive repostado… o “vídeo que irritou Alexandre de Moraes“(folhas 10 da decisão)”, diz a nota.

Ainda segundo a assessoria, a defesa vai recorrer da decisão.

A defesa de Jackson Rangel não foi localizada e não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.

Essa reportagem está em atualização.

Fonte : Portal G1

 

 

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