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Política

Integrantes do MST ocupam sedes do Incra em várias cidades

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra alega que as invasões desta segunda, por todo o país, são para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando 21 trabalhadores rurais foram mortos há exatos 27 anos.

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MST deflagra nova onda de invasões de terra e de prédios do Incra

MST invadiu fazenda da Suzano em Aracruz (ES)  — Foto: JN

MST invadiu fazenda da Suzano em Aracruz (ES) — Foto: JN

 

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra deflagrou uma onda de invasões em propriedades rurais e prédios públicos.

São ações coordenadas em quase todo o país. Em Belo Horizonte, os integrantes do MST invadiram, nesta segunda-feira (17), a sede do Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

O mesmo aconteceu em São Luís, em Fortaleza e em Natal. Em Porto Alegre, os sem-terra fizeram uma vigília no pátio do instituto.

Na madrugada desta segunda, cerca de 200 famílias invadiram uma área de plantação de eucalipto para produção de celulose, em Aracruz, no Espírito Santo. O MST alega que a fazenda faz parte do patrimônio do governo do estado e que teria sido grilada pela Aracruz Celulose, empresa adquirida pela Suzano Papel e Celulose há 5 anos.

Em nota, a Suzano escreveu:

“Fomos surpreendidos com a invasão, por parte do MST, mesmo em um contexto de diálogo e construção de convergência entre as partes. A empresa cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas aplicáveis às áreas em que mantém atividades e reafirma a importância da Constituição, do direito à propriedade privada e da manutenção do Estado de Direito”.

Esta é a quarta fazenda da Suzano invadida pelo MST em menos de dois meses.

Invasões do MST em Pernambuco — Foto: JN

Invasões do MST em Pernambuco — Foto: JN

Houve invasões também em Pernambuco. Só neste fim de semana, foram nove – dez desde o início de abril. Segundo o MST, são áreas que não cumprem o que o movimento chama de função social.

Na semana passada, João Paulo Rodrigues, da coordenação do MST, afirmou que não haveria uma jornada de ocupações e, sim, mobilizações em frente a ministérios, sedes do Incra. João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST, estava na comitiva que foi à China com o presidente Lula.

Nesta segunda-feira (17), a página do movimento chama para o início da Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, que vai até a próxima quinta-feira (20).

O MST alega que as invasões desta segunda por todo o país são para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando 21 trabalhadores rurais foram mortos há exatos 27 anos.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária , deputado federal Pedro Lupion, do Progressistas, usou a rede social para se manifestar sobre o que chamou de “movimento orquestrado que teve aviso prévio dos crimes dos invasores”. Disse que “é absurda a leniência do governo federal, que ainda não se pronunciou ou tomou qualquer atitude contra seus aliados desses movimentos” e questionou:

“O que estão esperando? Uma nova guerra no campo?”.

O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, se reuniu à tarde com representantes do Incra e da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. Informou que o governo já está elaborando medidas para retomada do programa e pediu ao MST a desocupação das áreas invadidas; disse que somente assim o governo vai continuar conversando com os movimentos sociais.

Segundo o Incra, desde o início de 2023, já foram 19 ocupações de terra – sem contar as do último fim de semana.

A Justiça do estado do Espírito Santo atendeu ao pedido da Suzano de reintegração de posse da terra ocupada pelo MST. A decisão sustenta que a empresa é proprietária legítima e dona do imóvel.

Fonte : Portal G1

 

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