Saúde
É gripe ou resfriado? Veja a diferença e o que é possível fazer
Doenças são causadas por vírus e tem sintomas parecidos. Apesar disso, especialista alerta que é preciso identificar a doença porque gripe exige maior cuidado.
Espirro, coriza, tosse, dor de garganta. Quando as temperaturas baixam, esses sintomas começam a aparecer e a fazer parte da rotina. Mas você sabe se o que está sentindo é gripe ou resfriado?
Com as temperaturas mais baixas, os ambientes ficam mais fechados e úmidos, criando o cenário perfeito para infecções causadas por vírus respiratórios. Por isso, no inverno, há uma tendência forte de aumento na circulação desse tipo de vírus.
Segundo os dados mais recentes do InfoGripe, que monitora os casos de síndrome respiratória, até julho foram registrados mais de 40 mil casos das doenças — antes mesmo do frio chegar para valer.
O g1 conversou com o pneumologista Luiz Ricardo Melo, da Sociedade Brasileira de Pneumologia (SBP), para entender quais as diferenças e como identificar quando é gripe ou resfriado.
Gripe x Resfriado
As duas doenças são causadas por vírus, têm sintomas parecidos, mas têm intensidades diferentes.
- Resfriado: pode ser causado por mais de 100 tipos de vírus respiratórios, como o rinovírus e o metapneumovírus. Um conjunto de sintomas leves é a principal marca de um resfriado. Ou seja, ele te deixa meio para baixo, mas não chega a te derrubar.
- Gripe: os sintomas são bem mais intensos e chegam de uma vez só. Diferente do resfriado, a gripe, sim, é capaz de te derrubar. Na classe dos vírus, os mais comuns são o Influenza e o Sars-CoV-2.
Gripe
A maior diferença entre a gripe e um resfriado é a intensidade dos sintomas que derruba a pessoa e a impede de seguir com a rotina.
Os principais sintomas são:
- Espirro
- Tosse
- Dor de garganta
- Dor no corpo
- Febre
- Fadiga
- Falta de apetite
“Na gripe, os sintomas vêm com muito mais intensidade. É uma doença que derruba, deixa a pessoa de ‘molho’ mesmo. Entre os sinais clássicos estão a dor no corpo generalizada e a febre, que geralmente não vem nos resfriados”, explica o pneumologista Luiz Ricardo.
O que fazer?
O médico explica que a gripe pode evoluir para quadros mais graves, como a pneumonia, que exige tratamento específico. Por isso, é preciso acompanhamento médico e a automedicação é contraindicada.
“A gripe pode facilmente evoluir para algo mais grave. Quanto mais rápido o atendimento e o diagnóstico, mais rápido conseguimos medicar e impedir que o quadro evolua”, pontua Luiz Ricardo Melo.
Tratamento: além do tratamento dos sintomas, existem remédios específicos que combatem vírus causadores de síndromes gripais. Os medicamentos antivirais interrompem o processo de infecção causado por um vírus e devem ser usados sob recomendação médica.
Para a gripe, existe o oseltamivir (vendido como Tamiflu no comércio). É um medicamento que reduz a multiplicação do influenza A e B.
Resfriado
O resfriado traz quase os mesmos sintomas da gripe, é como uma gripe leve. Os médicos explicam que é mais uma situação incômoda com coriza, espirros e que passa em alguns dias.
Sintomas:
- Espirro
- Tosse
- Coriza
- Dor de garganta
Apesar dos apelos dos medicamentos “antigripais” expostos nas prateleiras das farmácias, esses medicamentos não combatem o vírus, apenas os sintomas.
Tratamento: é sintomático, ou seja, os remédios indicados pelo médico vão tratar o sintoma que mais incomoda o paciente naquele momento.
Analgésicos e antitérmicos, como paracetamol e dipirona, são eficientes para febre e dor no corpo, assim como o soro fisiológico pode ser indicado para lavagem nasal, caso o nariz esteja entupido.
“O resfriado, geralmente, leva alguns dias, mas passa sem necessidade de maiores intervenções. O ideal é se hidratar, se alimentar bem e evitar automedicação excessiva. Se tiver uma dor de cabeça, tomar analgésico. Em caso de coriza, lavagem nasal”, explica o especialista.
Vacinação é aliada contra a gripe
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, todos os anos, a vacina contra a gripe. A campanha é destinada, primeiramente, aos grupos prioritários. Após esse período, o imunizante fica disponível para toda a população.
A campanha começou em março, mas teve adesão muito abaixo do esperado, segundo o Ministério da Saúde. Apesar de não estar mais em campanha, ainda é possível se vacinar. Basta procurar o posto de saúde mais próximo com documento de identidade.
Por Poliana Casemiro, g1
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