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Cultura

Entenda como funciona a pesca esportiva e como soltaram o pirarucu de 100 kg vivo de volta no rio em RO

A pesca esportiva funciona com a técnica do “pesque e solte”. Nesse esporte os pescadores pesam, medem e fotografam o animal antes de devolvê-lo à água.

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O pirarucu com mais 2 metros e aproximadamente 130 kg fisgado em Rondônia nesta semana foi registrado durante uma ação de pesca esportiva. Essa atividade, também conhecida como “pesque e solte” consiste em fisgar o peixe, não para consumo ou comércio, mas pelo prazer de pescar. Nesse esporte os pescadores pesam, medem e fotografam o animal antes de devolvê-lo à água.

Anderson Guedes e Wladis Kucharski que registraram o pirarucu gigante nesta semana em Jaci Paraná, distrito de Porto Velho acreditam que a pesca esportiva tem obrigação de envolver a preservação, tanto dos rios quanto dos animais.

“A gente pega os peixes, tira fotos, filma a fisgada e depois devolve. Nesse dia entrou esse ‘monstro’ no caminho e a gente trabalhou com muito cuidado para não machucar o peixe. Não queríamos deixar ele muito tempo fora d’água”, lembrou Wladis.

O encontro da dupla com o pirarucu durou aproximadamente 40 minutos. Nesse período eles tiraram o anzol do peixe e dentro da água fizeram a estimativa do peso e comprimento.

“Com muita rapidez, tiramos o anzol para evitar ao máximo o abalo. Ele já vinha cansado, então a gente tem que ter cuidado para evitar que ele fique mais estressado. Daí colocamos o peixe novamente na água e ali dentro fizemos a estimativa do peso e tiramos a medida aproximada com uma régua”, disse Wladis.

“A gente ficou muito contente de ter devolvido o peixe com saúde à natureza para que ele possa seguir reproduzindo e assim povoando a nossa região”, lembrou.

 

Pirarucu com mais de 2 metros é fisgado em Rondônia — Foto: Redes Sociais/Reprodução

Pirarucu com mais de 2 metros é fisgado em Rondônia — Foto: Redes Sociais/Reprodução

Em Rondônia a fiscalização da pesca esportiva fica sob responsabilidade da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Ambiental (Sedam). Segundo a pasta, a atividade pode ser considerada uma alternativa sustentável se praticada corretamente.

Para isso, alguns pontos devem ser respeitados, entre eles período de defeso quando tanto a pesca de caça, a esportiva e a comercial ficam vetadas ou controladas para que os animais se reproduzam na natureza. Este ano o período de defeso do pirarucu aconteceu até 30 de abril.

Dicas para reduzir o estresse do peixe
Segundo a Sedam quem pratica a pesca esportiva deve seguir orientações de órgãos ambientais para reduzir o estresse dos animais.

Entre as principais dicas estão:

Utilizar material de pesca compatível com a espécie e o tamanho de peixe que se pretende capturar
Pescar com anzol sem farpa, para facilitar a soltura do peixe,
Retirar o anzol da boca do peixe mantendo-o na água,
Molhar as mãos quando for segurar o peixe, pois mãos secas, panos, toalhas e papel retiram o muco do animal, que é a primeira barreira contra doenças,
No caso de retirar o peixe da água, devolva-o o mais rápido possível, não passando de um minuto entre a retirada da água e seu retorno,
Não toque nas brânquias dos peixes, pois elas fazem parte do sistema respiratório,
Não jogue o peixe bruscamente de volta à água. Segure-o suavemente na posição horizontal pela nadadeira dorsal ou apoiando pelo ventre, sempre no sentido da boca voltada contra a correnteza, até que saia nadando normalmente,
Use acessórios de pesca sem o metal. A chumbada, por exemplo, é considerada tóxica e pode causar danos à vida aquática.

Preservação do Rio Madeira

 

Anderson e Wladis são acostumados a pescar principalmente na bacia do Madeira. Rio que abriga 40% de todas as espécies de peixes da bacia amazônica — são mais de 1,2 mil. Todos os rios de Rondônia, em algum momento, desaguam nele.

A dupla comenta que durante as pescarias já chegaram a flagrar crimes ambientais.

“Se a gente não cuidar a natureza vai acabar. Existe o pescador predador, aquele que mata os peixes a esmo que as vezes sai com armas, atira e deixa o animal morto”, comenta Anderson.

Outro problema apontado é a quantidade de lixo encontrada nos rios do estado. A foto abaixo mostra Anderson durante um dia de coleta de lixo em Rondônia.

Foto tirada durante dia de coleta de lixo em rio de Rondônia.  — Foto: Reprodução/Redes sociais

Foto tirada durante dia de coleta de lixo em rio de Rondônia. — Foto: Reprodução/Redes sociais

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