Conecte-se conosco

Polícia

‘Meu pai e os outros não tinham nada a ver’, diz filho de vítima

Sete pessoas, entre elas uma adolescente de 12 anos, foram assassinadas em um bar em Sinop, na tarde dessa terça-feira (21), por dois homens que não aceitaram perder um jogo de sinuca, segundo a polícia.

Publicado

em

Segundo informações preliminares, o homem teria atirado contra os amigos com uma espingarda — Foto: Anderson Hentges

Filho de vítima de chacina em MT diz que pai parou em bar para assistir a jogo de sinuca: ‘Ele e outras pessoas não tinham nada a ver’

Josué Ramos Tenório e outras seis pessoas foram mortas a tiros por dois homens que não aceitaram a derrota em uma partida de sinuca. Edgar de Oliveira e Ezequias Ribeiro estão foragidos, segundo o delegado.

Cícero Dias, filho adotivo de Josué Ramos Tenório, vítima da chacina em um bar de Sinop na terça-feira (21), disse que o pai parou no estabelecimento para assistir o grupo que jogava sinuca e acabou morto por Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, que não aceitaram a derrota na partida.

“Ele e outras pessoas não tinham nada a ver. Foi uma crueldade, uma situação desumana. Nem caiu a ficha ainda. É um monstro quem faz um negócio desse”, disse Cícero.

De acordo com o filho, Tenório morava em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, e que, eventualmente, viajava de carro até Sinop a trabalho.

Segundo o jovem, assistir a jogos era o lazer do pai. “Ele sempre ia ao bar, gostava de assistir, acompanhar o pessoal jogar. Ele nem estava jogando, estava assistindo. Nossa família está arrasada, todos sem entender”, ressaltou.

Josué Ramos Tenório, vítima da chacina em um bar de Sinop (MT) — Foto: Redes sociais

Josué Ramos Tenório, vítima da chacina em um bar de Sinop (MT) — Foto: Redes sociais

Josué era empresário e vendia frutas junto com a família. Ele deixa a esposa e quatro filhos, dois dos quais adotivos.

“Era uma pessoa boa. Tudo que sei no trabalho hoje, aprendi com ele. A família espera por justiça. Que a polícia consiga localizá-los e que eles paguem pelo que fizeram”, pontuou.

Motivação
De acordo com o delegado Bráulio Junqueira, Edgar participava de um jogo de sinuca contra Getúlio, uma das vítimas, e perdeu cerca de R$ 4 mil pela manhã. No período da tarde, ele voltou na companhia de Ezequiel e desafiou Getúlio novamente. Eles jogaram mais algumas partidas e também perderam.

Segundo o delegado, Edgar ficou revoltado e, em seguida, deu um sinal para Ezequias, que rendeu todas as pessoas, enquanto o comparsa pegava uma espingarda no carro.

“O primeiro a disparar foi o Ezequias, que deu um tiro no Bruno, dono do bar, e depois um tiro pelas costas do Getúlio, que caiu, e recebeu mais dois tiros na cabeça. Enquanto isso, Edgar disparava de 12”, explicou.

Bráulio afirmou que nove pessoas foram rendidas e apenas duas delas sobreviveram. Conforme relato de testemunhas à polícia, o clima no local era tranquilo e não houve discussão ou qualquer outra desavença no bar antes do crime.

 

Antes da chacina, algumas das vítimas gravaram vídeos no estabelecimento. As imagens das câmeras de segurança também mostravam uma movimentação tranquila no local.

Fonte : Portal G1

+ Acessadas da Semana